impactos ambientais
DESERTIFICAÇÃO NO NORDESTE DO BRASIL 1
Everardo V.S.B. Sampaio
Maria do Socorro B. Araújo
Yony S. B. Sampaio
Resumo
O semi-árido Nordestino, com 1 milhão de km2, 20 milhões de habitantes, precipitações baixas e variáveis, elevado risco da atividade agropecuária e nível tecnológico muito baixo, reúne os piores indicadores econômicos e sociais do país. A conseqüência têm sido sua lenta mas contínua degradação ambiental. A prevenção e o combate a esta degradação é o objeto da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, da qual o Brasil é signatário. A desertificação é definida como a redução da produtividade biológica ou econômica das terras e a fragilidade ambiental, social ou econômica tem sido usada como medida da susceptibilidade a este processo. A desertificação é causada por uma interação complexa de fatores físicos, biológicos, políticos, sociais, culturais e econômicos, freqüentemente fechada em ciclos viciosos que costuma progredir em fases: 1) desmatamento; 2) degradação do solo; 3) redução da produção e da renda agropecuária; e
4) a deterioração das condições sociais. A erosão é a mais grave causa de degradação do semi-árido Nordestino, por sua irreversibilidade, pela grande extensão de solos rasos, pelos aguaceiros intensos e pela agricultura em áreas de declividade alta e sem qualquer medida de prevenção. As perdas de solo em caatinga não perturbada são inferiores a 0,1 Mg ha-1 ano-1, enquanto em áreas agrícolas freqüentemente ultrapassam 30 Mg ha-1 ano-1. Mais preocupante é que essas perdas 1 eqüivalem a poucos mm de profundidade do solo e podem passar despercebidas em curto prazo. As conseqüências ambientais da degradação do solo são bastante graves por si próprias, mas seu aspecto mais danoso é na redução da capacidade de produção das terras, principalmente quando esta redução é irreversível. Não há medidas inquestionáveis da tendência de deterioração das