Imagem da árvore ilustrando aspectos da vida humana
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Se existe algo que com maior facilidade ilustra a mente humana, quando a ela são expostos temas de alguma profundidade, é a apresentação desses temas por meio de imagens, que têm a virtude de raras vezes serem esquecidas.
Sabemos que a construção de imagens não é coisa simples. Exige-se certa perícia nessa classe de arquitetura, a fim de que as imagens delineadas e expostas ante um auditório sejam claras e precisas, e contenham a expressão acabada de um conhecimento, de uma verdade ou do fato que se queira narrar. Se, para expressar determinados aspectos da vida humana, recorremos, por exemplo, à imagem da árvore, diremos que, comparada a esta, a planta humana tem plasmada em sua semente a sua herança e também, o seu futuro, mas, diferentemente dela, a árvore humana pode morrer e voltar a nascer no curso de uma só vida. Essa transformação se consuma quando morre a árvore velha da existência estéril, e nasce a nova, de semente selecionada, sob os auspícios de uma concepção superior de vida. Com isso, damos a entender que, dentre as raízes da velha planta, que se desagregam, pode surgir um novo ser e que, quanto maior for o cuidado que lhe seja dispensado mediante o cumprimento da lei de evolução, maior será também a possibilidade de alcançar a perfeição da espécie.
A árvore humana é a única que pode dar flores e frutos em todas as épocas
Se compararmos a árvore humana com alguma dessas árvores do reino vegetal, que costumam produzir muita ramagem, tanta que às vezes chega até a vencê-las, fazendo-as cair sob seu peso insustentável se não são podadas a tempo, compreenderemos, ao retirar delas a folhagem inútil que lhes absorve a vida e as torna estéreis, que no homem essa ramagem não representa outra coisa que as vaidades, os falsos conceitos, as debilidades, etc. É a frondosidade que a árvore humana por vezes ostenta, enquanto oculta um tronco