Ilhas Interdisciplinares de Racionalidade
Afinal, o que é cidadania? Que cidadãos estamos formando? De que cidadãos precisamos? A atual dinâmica sociocultural tem pressionado o ensino para formar cidadãos críticos e compromissados com o bem estar coletivo (KAUWAMURA; HOSOUME, 2003). Mas como educar para uma cidadania crítica? Refletir sobre essas indagações é papel permanente dos formadores e educadores. Privilegiando esse tipo de formação, apresenta-se como alternativa na Educação em Ciências a prática pedagógica das Ilhas Interdisciplinares de Racionalidade (IIR), proposta for Gerard Fourez, apoiada nas relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS).
Focalizo na apresentação e inicialmente os projetos de trabalho na escola (LEITE; OLIVEIRA; MALDONADO, 1998; HERNÁNDEZ; VENTURA, 1998; MARTINS, 2001), discutindo sucintamente seus aspectos gerais (metodologia ou forma de organizar currículos?), especialmente os conteúdos pretendidos (conceituais, procedimentais, atitudinais e axiológicos) para introduzir os fundamentos teóricos sobre Alfabetização Científica e Tecnológica (ACT) que baseiam a proposta das Ilhas Interdisciplinares de Racionalidade.
Fourez (1997) parte de princípios sócio-históricos envolvidos na construção das ciências e na discussão sobre a necessidade da ACT para fundamentar/justificar o uso das IIR no cotidiano escolar. Segundo o autor, a evolução do pensamento científico tomou dois caminhos: o da ciência pura e o da ciência como arte. O primeiro, vinculado ao método cientifico tradicional, foi o que deu bases para a organização do ensino por disciplinas isoladas e a especialização dos conhecimentos. Já o segundo caminho dirigiu a construção de saberes como uma aproximação. A orientação da ciência como arte respeitou a complexidade característica das situações concretas enfrentadas pelos cientistas e pautou-se em