Ikebana
Apesar do proeminente estado de guerra do período Muromachi, foram desenvolvidos vários fatores culturais na música, arquitetura, nas artes e na poesia. O terceiro xogum Yoshimitsu foi um importante promotor das artes no Japão, e estimulou a origem da cultura Kitayama durante o seu reinado, que perdurou entre a segunda metade do século XIV e início do século XV. O período ficou marcado pelo surgimento dos teatros Noh e Kyogen e pela distinta construção do pavilhão Kinkaku-ji (Templo do Pavilhão Dourado). Na segunda metade do século XV, o oitavo xogum, Ashikaga Yoshimasa, promoveu a cultura Higashiyama, onde o zen-budismo e a estética wabi-sabi influenciaram a harmonização cultural entre a corte imperial e a classe samurai, assim como incentivaram o florescimento de expressões artísticas, como o surgimento da cerimónia do chá (chadô ou sadô), a ikebana, o Kodô, o renga, entre outras.
A origem
Ikebana ("vivificação floral") é a arte japonesa de arranjos florais, também conhecida como kado, a via das flores.
A ikebana é originária da Índia, onde os arranjos eram destinados a Buda, e se personalizou na cultura nipônica, que a tornou mais conhecida. Em contraste com a forma decorativa de arranjos florais que prevalece nos países ocidentais, o arranjo floral japonês cria uma harmonia de construção linear, ritmo e cor. Enquanto que os ocidentais tendem a pôr ênfase na quantidade e no colorido das flores, dedicando a maior parte da sua atenção à beleza das corolas, os japoneses enfatizam os aspectos lineares do arranjo. A arte foi desenvolvida de modo a incluir o vaso, caules, folhas e ramos, além das flores. A estrutura de um arranjo floral japonês está baseada em três pontos principais que simbolizam o céu, a terra e a humanidade, embora outras estruturas sejam adaptadas em função do estilo e da escola. Dentre os mais diversos estilos de ikebana, destaca-se a Academia de Ikebana Sanguetsu. Esse estilo busca representar uma forma de se chegar ao