Igreja católica e questão social
No final do século XIX a Igreja Católica encontra-se em meio a uma crise social intensa na qual a situação de miséria e exploração estava gritante. Nesse contexto, a mobilização política e social no campo sindical crescia imensamente e não era possível ignorar a situação.
As consequências da Revolução Industrial, as forças que o comunismo, o liberalismo e o anarquismo tinham naquele momento, exigiram uma reação. Nisso, a Igreja passará por um processo de renovação e buscará a solução para questão social explícita no período. Conhecendo os princípios básicos cristãos é possível compreender qual será a direção tomada pela Igreja ao objetivar solucionar a questão social, encarando ao seu modo a necessidade de intervir concretamente nos conflitos sociais. Assim temos as encíclicas papais Rerum Novarum de Leão
XIII e a Quadragésimo Anno de Pio X como principais nortes do posicionamento da Igreja quanto aos problemas sociais. Levando em consideração que o foco deste relatório será a primeira encíclica citada, Rerum Novarum, e o modo como os católicos consagrados e leigos a interpretaram e a colocaram em prática, não será apresentado nenhum ponto sobre as consequências ou as inovações que a Quadragésimo Anno virá a trazer. A autora Silva em sua obra “Questão social e Serviço Social no Brasil – fundamentos sociohistóricos” auxiliou com sua analise a compreensão dessa proposta da Igreja. Destacando os principais pontos da Rerum
Novarum vemos o empenho do Papa Leão XIII ao reconhecimento das injustiças e misérias dos trabalhadores, a defesa da existência da propriedade privada como direito natural e a responsabilidade do Estado frente a vulnerabilidade das condições da classe operária. É explícito o desejo da Igreja para que haja a comunhão entre as classes da sociedade, é defendido que a solução para as crises sociais teria origem justamente nessa unidade entre operários, proprietários, governo e a