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Energia solar e inclusão social
Ronaldo Gusmão
Diretor executivo do Ietec e coordenador geral da Ecolatina Conferência Latino Americana sobre
Meio Ambiente e Responsabilidade Social.
O Brasil é carente de políticas públicas efetivas nas áreas de saúde, meio ambiente, educação, entre várias outras. Todas exigem investimento de longo prazo do governo. No entanto há uma iniciativa que não depende de grandes investimentos e tem retorno imediato para a sociedade e, que poderia mudar a vida de milhões de brasileiros que pagam pelo serviço de energia elétrica – responsável por consumir boa parte do salário do trabalhador brasileiro de baixa renda: a implantação de um sistema de utilização de energia solar. O País é o detentor de um dos maiores índices de radiação solar do mundo e, no entanto, não possui uma política governamental que incentive a produção, a industrialização e principalmente a utilização massiva do aquecimento solar. Uma solução que além de acessível, poderia ajudar a resolver o problema energético brasileiro que se arrasta desde a crise do petróleo em 1973, além de impulsionar a inclusão social das famílias de baixa renda.
Para se ter uma idéia, somando os setores industrial e residencial, 15% de toda a energia elétrica consumida no Brasil é destinada ao aquecimento de água. Em uma casa, cerca de 30% a 40% do consumo de energia fica por conta do chuveiro. Dados da Companhia Energética de Minas Gerais
(CEMIG) apontam que o consumo médio de uma residência de baixa renda é de R$40,00, o que demanda uma média de R$12 a R$16 só por conta do banho quente. Esse percentual poderia ser muito reduzido se houvesse maior utilização da energia solar para o aquecimento de água. De acordo com a
Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) existem 30 milhões de chuveiros elétricos instalados nas casas brasileiras.
Para implantar uma política de utilização de energia solar para aquecimento de