Ideologia-sociologia
R= a criação de universais abstratos, isto é, a transformação das ideias particulares da classe dominante em ideias universais de todos e para todos os membros da sociedade. Essa “universalidade” das ideias é abstrata porque não corresponde a nada real e concreto, visto que no real existem concretamente classes particulares e não a universalidade humana. As ideias da ideologia são, pois, universais abstratos.
Os ideólogos são aqueles membros da classe dominante ou da classe média (aliada natural da classe dominante) que, em decorrência da divisão social do trabalho em trabalho material e espiritual, constituem a camada dos pensadores ou dos intelectuais. Estão encarregados, por meio da sistematização da ideia, de transformar as ilusões da classe dominante (isto é, a visão que a classe dominante tem de si mesma e da sociedade) em representações coletivas ou universais. Assim, a classe dominante (e sua aliada, a classe média) se divide em pensadores e não pensadores, ou em produtores ativos de ideais e consumidores passivos de ideais.
Muitas vezes, no interior da classe dominante e de sua aliada, a divisão entre pensadores e não pensadores pode assumir a forma de conflitos, por exemplo, entre nobres e sacerdotes, entre burguesia conservadora e intelectual progressista –, mas tal conflito não é uma contradição, não exprime a existência de duas classes sociais contraditórias, mas apenas oposições no interior da mesma classe.
Que significa o conceito de hegemonia? Exemplifique?
R= Para o pensador italiano Antônio Gramsci, hegemonia não é sinônimo de poder dominador, pois uma classe social não pode se sobrepor ideologicamente sobre outra esfera da sociedade sem recorrer às famosas alianças e articulações e sem o consentimento, mesmo que seja um tanto inconsciente, da massa por ela liderada.
Assim, se a burguesia, por exemplo, quer se impor às classes populares, não o poderá fazer, a não ser em uma etapa inicial de um