Identidade cultural e globalização.
Introdução
A cultura faz parte de uma realidade em que a mudança é um aspecto fundamental: a realidade humana. O homem, como bem coloca Ulmann (1991), não vive predeterminado pelo instinto, esse vive aprendendo a viver, adotando comportamentos, atitudes e identidades diferentes. Isso é cultura. Impossível de ser discutida sem que se discuta o próprio processo social concreto. Impossível tratá-la como algo com começo, meio e fim, como algo estanque, isolado de um contexto global, daí a intenção de se discutir um pouco sobre identidade cultural, questão que toma bastante ênfase nos debates e na teoria social, associando-a ao processo de globalização. Quais as conseqüências desse fenômeno sobre as identidades culturais? E que identidades são estas?
O artigo tem por base a produção teórica de Stuart Hall, A identidade cultural na pós-modernidade (1999), cuja discussão maior gira em torno da chamada crise da identidade, ou seja, argumenta-se que as velhas identidades estão sendo substituídas por novas identidades. Sua análise parte das várias concepções de sujeito construídas e assumidas ao longo do processo histórico e que determinam as identidades. Inicialmente são apresentadas considerações gerais sobre cultura, alguns conceitos, os sentidos comumente atribuídos ao conceito e a importância de estudos acerca do mesmo.
Em seguida são apresentadas três concepções de sujeito, o sujeito do Iluminismo, o sujeito sociológico e o sujeito pós-moderno e suas respectivas identidades, ou seja, enfocam-se as mudanças nos conceitos de sujeito e de identidade. Por fim seguem-se as reflexões sobre o processo de globalização e a repercussão do fenômeno sobre as identidades culturais. Muito embora o artigo esteja sistematizado por partes, nossa compreensão é que as três temáticas – cultura, identidade cultural e globalização – estão intrinsecamente ligadas, tornando difícil abordar uma delas sem que as outras não sejam mencionadas.