IDENTIDADE COMO DIÁSPORA Ana Carolina Escosteguy Segundo Stuart Hall, a experiência da diáspora se desconecta do sentido estrito da dispersão dos judeus ou de outros povos, em virtude da perseguição dos grupos intolerantes. Para Hall, configura identidade cultural e, ela não pode ser vista como fixa, mas sim híbrida, mas é precisamente porque surge de formações históricas muito específicas, de histórias específicas, de repertórios culturais de enunciação, que pode constituir-se em um ‘posicionamento’ que nós chamamos, provisoriamente, identidade. Então, cada um desses relatos de identidade está inscrito nas posições que assumimos e com que nos identificamos, e temos de viver esse conjunto de posições de identidade em toda sua especificidade. Logo, com o processo de globalização, essa relação estável entre identidade cultural nacional e Estado-nação começa a mudar, ou seja, a idéia de que uma formação nacional possa ser representada por uma identidade nacional passa a estar tensionada. Essa menção ao processo cultural vigente na América Latina relaciona-se precisamente ao que Martín-Barbero e García Canclini estão tentando chamar a atenção, isto é, para os movimentos particulares de negociação de sentidos que incorporam as mediações “cultura de massa global”, mas com rastros de outra identidade, lastrada numa outra história. Esse novo regime cultural vive através da diferença. Assumindo que o reconhecimento da diversidade cultural é imperativo na contemporaneidade, Hall sinaliza que o grande risco surge de formas de identidade cultural e nacional que tentam firmar-se adotando versões “fechadas” de cultura e pela recusa a engajar-se na problemática de viver com a diferença. Por essa razão, enfaticamente propõe posicionar-se “nas margens” para a partir desse lugar reconhecer um modo de existência que não se deixa classificar como simplesmente de assimilação cultural. Diáspora significa o espalhamento dos povos, que saem de sua terra de origem para