Identidade brasileira: mito e literatura
Enveredando-se à busca de uma identidade nacional, criamos um sentimento de identidade cultural, a partir do momento que conhecemos as características essenciais do Brasil em diferentes dimensões: sociais, materiais e culturais, a qual é marcada pela multiplicidade de culturas e etnias que formaram o país em suas raízes históricas. Essa identidade brasileira não é uma essência, mas uma narrativa constituída por múltiplas narrativas, uma narrativa coletiva, em que o mito exerce um papel decisivo, diz José de Paula Ramos Jr.
No século XVI, quando o Brasil foi o Brasil foi descoberto, os índios e a natureza do nosso país começaram a ser tratados pelos europeus como forma de divulgar a nova terra descoberta. A representação do índio pelos europeus era fantasiosa e baseada na descrição de viajantes e religiosos, os mesmos que forneceram as primeiras imagens dessa terra. Nela, o escrivão da esquadra de Cabral descreve os indígenas como formosos, relata a presença das pinturas corporais e conta que andavam nus como adão no paraíso terrestre.
A representação da nossa identidade nasce de um postulado e uma invenção é o mito que dá sentido às narrativas, que consolida em lendas e figuras toda experiência mágico-fantástica do povo, tudo que apavora tudo que alegra fundamente o povo está no mito, em suas raízes. O mito tem o poder de destilar as realidades nunca imaginadas antes, a literatura se apropria do mito para reconstruir o imaginário nacional, e assim se estabelece como um panorama criado para delinear o caminho percorrido pela busca de uma identidade nacional.
Na literatura evidenciamos especialmente nas obras dos autores do romantismo e modernismo a criação de um caráter nacional, que deu, a os brasileiros os elementos com os quais podiam se identificar, criando-se assim, uma nação livre e autônoma, porque éramos vistos e