ideal de cavalaria
3.1.2 - As mutações na expressão da religiosidade: ordens mendicantes e confrarias
Na idade média, havia altos contrastes na cidade, enquanto os ricos ficavam mais ricos, os pobres ficavam mais pobres. Este cortejo de riqueza fazia com que se evidenciasse mais a miséria que havia nas gentes pobres dos campos, onde sem família e sem amigos não tinham a quem pedir ajuda. Para quebrar este isolamento, desenvolveram-se novos laços de união que se estruturaram em organismos de solidariedade destinados à ajuda mútua e à prática de caridade. A Igreja Católica identificava-se com o grupo dos ricos e levava a vida faustosa dos grandes senhores laicos. Foi em contestação a este luxo que nasceram movimentos de retorno à humildade e pobreza originais, sendo o mais importante e revolucionário o das ordens mendicantes, criadas por S. Francisco e S. Domingos.
As ordens mendicantes partilhavam os mesmos ideais que a igreja, No entanto, os dominicanos davam mais importância à pregação, pelo que se dedicavam muito ao estudo da Teologia. Os mosteiros tornam-se assim centros culturais que vão desempenhar um papel decisivo na história da civilização ocidental. Fechados no seu scriptorium (a oficina de escrita e iluminura) e nas suas bibliotecas, os monges copistas contribuíram para salvar do esquecimento as obras literárias da Antiguidade.
Entre as instituições de solidariedade da época medieval destacam-se as confrarias. As confrarias eram associações de entreajuda, de carácter religioso, que se organizavam sob a protecção de um santo.
Nas cidades medievais os diversos grupos profissionais organizavam-se em corporações. Cada corporação agrupava os trabalhadores de um mesmo ramo regulamentava todos os aspectos que respeitavam ao exercício da profissão. Para além disto competia-lhe promover a solidariedade social entre os seus membros. Cada confraria tinha os seus estatutos. Os fundos para as suas actividades provinham