Idade medieval
A “caça às bruxas” tornou-se um fato histórico pertencente à Idade Média. Durante os séculos XV e XVI a idéia do teocentrismo – doutrina filosófica que toma Deus pelo fundamento e centro do Universo – é substituída pelo antropocentrismo – atitude ou doutrina filosófica que torna o homem o centro do Mundo, afirmando que este foi criado para ele.
Essa mudança de ângulo faz com que a arte, a ciência e a filosofia desliguem-se cada vez mais da esfera que se ocupa de Deus, dos seus atributos e perfeições, gerando assim um certo desequilíbrio e a dispersão das funções e poderes da Igreja.
A Igreja, no intuito de voltar a ser o centro das atenções e reaver os poderes dispersos, instituiu os “Tribunais de Inquisição”, instaurando a “caça as bruxas”, a qual perdurou por mais de quatro séculos, tendo como principal cenário a Europa.
Tal fato histórico iniciou-se concretamente no ano de 1450 e durou até por volta de 1750, quando surgiu o Iluminismo. Acredita-se que cerca de 35 mil a 60 mil de pessoas foram incriminadas, julgadas e condenadas à morte, sendo a maioria do sexo feminino, abrangendo também crianças que teriam “legado este mal”
Com a elevação da Igreja Católica, o patriarcado – regime em que o chefe de família ou patriarca tinha poder absoluto em sua casa – dominou, até mesmo porque Jesus, o maior dos maiores, era homem.
Neste encadeamento de idéias, tudo o que a mulher arriscava-se a fazer, por livre vontade, era considerado como imoral. As culturas pagãs – sendo consideradas pagãs todas as pessoas que não seguiam nem o cristianismo nem o judaísmo -, a veneração aos deuses e deusas tornaram-se um prenúncio de coisas más.
No ano de 1320 a Igreja afirmou oficialmente que a bruxaria e a religião professada pelos pagãos significavam uma ameaça, séria intimidação ao Cristianismo, principiando-se assim, pouco a pouco, a persecução aos heréticos.
A caça as bruxas ocorreu simultaneamente a grandes mudanças sociais que estavam