Iamamoto
Iamamoto reconhece o rigor analítico da exposição da teoria de Marx e a atualidade do eixo metodológico que trata a tensão necessária entre a realidade e as formas sociais de que se revestem os fenômenos na empiria da vida social. Ela condensa os dilemas da exploração do trabalho e dos mecanismos mistificadores de sua legitimação, enfeixada no trato essencial da alienação do trabalho, esquecido no debate contemporâneo.
O tema da alienação permite atestar o radical humanismo histórico do pensamento de Marx e é o mais importante fio de continuidade com a produção atual de Iamamoto.
A obra contém uma precisa abordagem da mercadoria em suas tensões internas entre valor de uso e valor, articulando a óptica da qualidade e da quantidade, da particularidade e da universalidade, do trabalho útil e abstrato.
Um foco central, a noção mesma de produção e reprodução das relações é submetida a um tratamento rigoroso na acepção de Marx. Esse parece ser um tema que expressa um dos “nós cegos” presentes no debate atual. É freqüente a tendência de se estabelecer, no nível da análise, uma muralha entre “esfera da produção – aprisionada nos muros fabris – e a da produção, reduzida à reprodução de um dos elementos da produção, o seu componente subjetivo, a força de trabalho, pela via do consumo de bens e serviços. Daí a reiterada afirmativa de que o Serviço Social se situa na esfera da reprodução, como conseqüência dessa interpretação empobrecida daquelas categorias