Hábitos de estudos
NICOLAU K. PERGHER
FILIPE COLOMBINI
ANA BEATRIZ CHAMATI
SAULO FIGUEIREDO
MARIA ISABEL CAMARGO
1. HÁBITOS DE ESTUDO
São comuns os casos clínicos em que crianças e adolescentes apresentam dificuldades para alcançar rendimento escolar satisfatório. Freqüentemente, são observados hábitos de estudo inadequados e dificuldade em atingir notas mínimas nas avaliações escolares (Hübner & Marinotti,
2000; Pergher & Velasco, 2007; Regra, 2004). Segundo Regra (2004), há uma dificuldade em inserir uma criança ou adolescente em um processo de aquisição de hábitos de estudo adequados, pois outros hábitos inadequados foram previamente aprendidos.
Do ponto de vista da Análise do Comportamento, “estudar” é um verbo que resume inúmeros comportamentos, tais como organizar material, sentar-se e folhear um material acadêmico, fazer lição, ler um texto, responder perguntas, etc (Hübner & Marinotti, 2000; Regra,
2004). Assim, uma pessoa que apresenta hábitos de estudo adequados é aquela que emite diversos comportamentos que compõem a classe de comportamentos mais geral denominada “estudar” e, geralmente, alcança o desempenho acadêmico exigido pela instituição de ensino.
Quando se diz que o indivíduo apresenta hábitos de estudo inadequados, tipicamente se refere à não ocorrência de muitos dos comportamentos que compõem a classe de “estudar” e à ocorrência de comportamentos que evitam e/ou procrastinam a realização de atividades acadêmicas.
A procrastinação pode ocorrer devido a dificuldades com a tarefa a ser realizada e/ou porque o indivíduo engaja-se em atividades mais interessantes durante o período livre (Pergher e Velasco,
2007). Alguns comportamentos que funcionam para evitar o contato com o material pedagógico e/ou para procrastinar a realização das tarefas escolares são: olhar dispersivo (olhar em outras
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direções: pessoas, teto, TV, etc), movimento dispersivo (ir ao banheiro, levantar da cadeira/local do
estudo,