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O IPT possui hoje capacitação multidisciplinar para atuar em projetos de recuperação ambiental. Essa competência começou a se desenvolver com maior intensidade na década de 1980, tendo como caso exemplar um projeto inovador de reflorestamento da Serra do Mar na cidade paulista de Cubatão.
A cidade vivia então um forte processo de degradação ambiental. Os 23 complexos petroquímicos, siderúrgicos e de fertilizantes instalados próximos às encostas elevaram a poluição a índices alarmantes, destruindo parte da Mata Atlântica nessa área. Desencadeou-se um grave processo de erosão que agravou os deslizamentos na Serra do Mar, colocando em risco áreas industriais e urbanas.
Em 1985, começaram a ser delineadas estratégias para recuperar a cobertura vegetal devastada. Após quatro anos de discussões, pesquisadores chegaram a um modelo inédito no país para a recuperação da floresta, a semeadura aérea, técnica comum em países como Canadá, Japão, EUA, Austrália e Nova Zelândia desde a década de 1920.
Estudiosos do IPT, do Instituto Florestal (IF) e do Instituto de Botânica (IBt), sob a coordenação da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), reinventaram a metodologia. Os pesquisadores da Divisão de Geologia do IPT mapearam inicialmente as áreas prioritárias onde deveria ocorrer o replantio de acordo com as condições de estabilidade e, em seguida, as equipes partiram para o estudo das espécies que haviam morrido e aquelas que seriam mais adequadas às condições da região.
Pelotas de gelatina contendo sementes em germinação
Semeadura aérea da Serra do Mar - crédito: Maurício Simonetti
Eles retiraram amostras de tocos de árvores mortas da região e fizeram uma comparação com exemplares da Xiloteca Calvino Mainieri, do IPT. Esse procedimento foi importante para identificar as espécies presentes nas áreas contaminadas. Em seguida, os pesquisadores escolheram