Hoteis Gramado e Canela

E agora José?
A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou e agora, José?
Na década de 90, auge do período neoliberal, Betinho escreveu um capítulo do livro “Em defesa do interesse nacional”, cheio de ironia e bom humor mas, muito sério, intitulado “Como matar uma estatal”. No capítulo, ele descreve todas as ações que um “bom administrador” deveria tomar para atingir seu objetivo de matar uma estatal. Aproveito o momento para lamentar a entrega do subsolo e toda a riqueza la contida para a exploração do nosso petróleo.
Criou-se um arcabouço jurídico e institucional, que privilegia a competição, não importando se os agentes econômicos são nacionais ou estrangeiros. O fato de ser nacional, que deveria significa alguma coisa, não significa nada na disputa. Parece que o petróleo, o gás natural e os derivados são considerados como simples commodities, que não possuem valor geopolítico e estratégico algum, ou seja, não possuem nenhuma atração além da rentabilidade. Promove-se leilões em que um único pagamento inicial pode definir a permanência de empresas produzindo petróleo em uma área durante 35 anos, pagando parcelas mínimas de royalties e bota minimas nisso e, quando for o caso de altas produções, de “participações especiais”. Facilitou-se ao máximo a entrada de bens e serviços estrangeiros no setor, a pedido das empresas petrolíferas estrangeiras, dando vantagens isentando-os de impostos e taxas, privilégio que os nacionais não têm. A cada oportunidade à imprensa realça que as decisões da diretoria do órgão regulador são técnicas, significando que ele verifica a competição e o desempenho das empresas, historia para boi dormir diria meu sabio pai. Não são estes órgãos reguladores que devem implantar políticas públicas, deveriam sim levar em conta nas suas decisões que o Brasil é um país em desenvolvimento, com características culturais específicas e inserido no espaço geopolítico mundial. Amordaçada a Petrobras que é a estatal do setor não