Hospitalidade

Correntes da hospitalidade segundo seus domínios e sentidos como parte da atividade turística

Aristides Faria Lopes dos Santos

De acordo com Salles, Bueno e Bastos (2010, p. 4), "o tema hospitalidade na história da cultura confunde-se com a própria origem da civilização e, particularmente, da civilização urbana". Assim, torna-se essencial reunir visões de diferentes escolas e autores para subsidiar a reflexão em torno do assunto e seu desenvolvimento ao longo da história.
As mesmas autoras afirmam que a própria abrangência das possíveis compreensões da hospitalidade “aponta para a complexidade da análise, na medida em que implica em metodologias específicas aos diversos campos das Ciências Sociais”, campo teórico e disciplinar da matéria. É possível inferir, então, que a urge o trabalho “inter” e “trans” disciplinar por meio de parcerias estreitas entre pessoas e empresas.
A fim de organizar o pensamento acerca da hospitalidade, Lashley e Morrison (2004) propõem que a hospitalidade seja compreendida como um universo de atividades e relações humanas que acontecem concomitantemente em três dimensões ou domínios. São estes: comercial, privado e público.
Os autores representam esses domínios em três esferas parcialmente sobrepostas, de modo que na interseção entre esses três domínios resida a “gestão de experiências em hospitalidade” (WADA, 2003, p. 68), que é o gerenciamento profissional, metódico e proposital dos serviços.
Não se trata de aplicar a gestão da hospitalidade na administração de um negócio, reduzindo sua compreensão meramente ao atendimento e relacionamento cliente-empresa. O ponto essencial de discussão são as múltiplas relações existentes na gestão de uma empresa, por exemplo, de origem familiar, dado que, conforme se estabelecem as relações de hierarquia, subordinação e competência no ambiente organizacional (domínio comercial), tornam-se complexas as relações familiares (domínio privado) de amizade, parentesco e dependência.
Emergem