Hospitalidade
A dádiva nem sempre se encaixa dentro do termo hospitalidade, porem toda ação de hospitalidade começa com uma dádiva. Alain Cailé define a dádiva como; “ prestação de serviços ou de bens efetuada sem garantia de retribuição, com o intuito de criar, manter ou reconstruir o vinculo social”.
Convidar alguém para ir à sua casa, oferecer abrigo e comida a alguém em necessidade são dádivas expressas por gestos que se inserem dentro da dinâmica do dar-receber-retribuir. O sacrifício é um componente essencial da hospitalidade, você querer que sua visita esteja sempre satisfeita com tudo.
Sempre que alguém te acolhe em sua residência você acaba ficando em “debito” com essa pessoa. A dádiva trás implícito uma reciprocidade, a obrigação de retribuir implícita no gesto de receber demonstra que a única forma de livrar-se desse debito é retribuir.
Marcel Maus conta que tribos indígenas do noroeste do Canada, quando celebravam casamentos de herdeiros consumiam todas as suas riquezas em festa que ofereciam para a outra tribo e assim sucessivamente ate as duas tribos se encontrarem na miséria, porém todas teriam esbanjado suas riquezas em festas e nenhuma teria ficado pra trás sem retribuir aquele grande evento. Eis que surge uma grande pergunta de Camargo (2004) “Sera que ainda hoje esse risco não nos ronda? Quantas pessoas não gastam o que tem e o que não tem para retribuir