HOMENAGEM DE SARAMAGO AOS ANIMAIS
Muito mais que ser o maior escritor português contemporâneo, José Saramago demonstrou, por diversas vezes, em seus livros e textos, sua enorme sensibilidade ao se colocar frontalmente contra todos os abusos feitos aos animais e à natureza. O ganhador do Nobel de Literatura em 1998 e de outras várias premiações pela Europa, tal qual J.M. Coetzee, outro Nobel de Literatura, também detentor de vários prêmios literários na Europa, não poupou a espécie humana e seu instinto cruel de severas críticas. Em sua análise da relação entre humanos e animais, Saramago não esconde sua admiração ao estilo animal de viver e seu desprezo ao vale tudo da humanidade que passa por cima de tudo e de todos para a aquisição de fortuna e poder.
“Eu digo muitas vezes que o instinto serve melhor os animais do que a razão a nossa espécie. E o instinto serve melhor os animais porque é conservador, defende a vida”, diz José Saramago.
Em As Palavras de Saramago, o escritor expõe alguns de seus pensamentos acerca da vida animal e da natureza: “Para mim, o cão é a encarnação da pureza moral”, ainda no mesmo livro Saramago demonstra toda a sua sensibilidade ao afirmar, “Não é justo, se há um céu para a humanidade, que não haja um céu para todos os animais, porque a vida é a vida. Eu diria que isso vale para os animais e também para as plantas...”
Discorrendo sobre as touradas, o escritor mostra todo o seu desagrado ao dizer: “[...] o povo é feliz enquanto o touro tenta fugir aos seus verdugos deixando atrás de si regueiros de sangue. É atroz, é cruel, é obsceno! [...] Que importa que uma cidade faça da tortura premeditada de um animal indefeso uma festa colectiva que se repetirá, implacável, no ano seguinte? É isto cultura? É isto civilização? Ou será antes barbárie?”.
Sensibilizado com o caso de Susi, uma elefanta do zoológico de Barcelona, que tocou a todos os amantes dos animais por sua tristeza,