homem máquina
Alan Turing era uma criança brilhante e solitária. Seu intelecto independente não se encaixava nas expectativas dos professores; ele estava nos últimos lugares de sua classe em várias disciplinas. Entretanto em 1935, quando tinha 23 anos, impressionou os colegas na Universidade de Cambridge (ele era inglês) inventando a caracterização matemática de uma máquina que iria se tornar uma das contribuições mais importantes da história da computação. A teórica máquina de Turing pode computar respostas para um problema matemático baseado num programa. Ela consiste em um dispositivo de entrada de dados, um conjunto de estados internos que correspondem a um programa e a um dispositivo de saída. Qualquer computador moderno, em essência, é uma máquina de Turing.
Em 1950, quando os microchips de silício ainda não existiam, Turing percebeu que, conforme os computadores ficassem mais espertos, a questão da inteligência artificial iria acabar surgindo. No artigo "Máquinas computacionais e inteligência", Turing substituiu a pergunta "As máquinas podem pensar?" por "Pode uma máquina - um computador - passar no jogo da imitação?". Isso é, pode dialogar de forma tão natural a ponto de fazer com que uma pessoa pense que seu interlocutor é humano?
Turing tirou essa idéia de um jogo no qual um dos participantes, chamado de entrevistador, precisa determinar, fazendo uma série de perguntas, se uma pessoa em outra sala é homem ou mulher. Turing substitui a pessoa na outra sala por um computador. Para passar no teste de Turing, a máquina precisaria responder qualquer pergunta do entrevistador com a competência linguística e a sofisticação de um ser humano. Ao final de seu artigo, Turing previu que em 50 anos - ou seja, mais ou menos até o ano 2000 - seríamos capazes de construir computadores tão bons na imitação que um entrevistador médio teria apenas 70% de chances de identificar se estava falando com uma pessoa ou uma máquina.
Até agora a previsão não se