hoje
Claudia Peterlini
Em meio ao fenômeno da universalização, a indústria e massificação cultural, a crítica pós-moderna na arquitetura incide diretamente em uma "resistência à homogeneização do ambiente construído". O termo "Regionalismo Crítico", difundido por Kenneth Frampton, foi primeiramente utilizado pelo arquiteto Alexander Tzonis e pela historiadora Liane Lefaivre em oposição a um regionalismo consolidado como estilo e "como resposta aos novos problemas criados pela globalização contemporânea". Um destes problemas está no sentimento de "perda de região" e refere-se justamente à homogeneização do espaço e perda da identidade local, tendo na arquitetura a consequente propagação do uso de elementos vernaculares - signos gratuitamente, os quais remetiam à culturas passadas de forma pura e somente nostálgica.
A crítica de Frampton em "Perspectivas para um Regionalismo Crítico"
parte da
constatação de que "nem toda cultura pode suportar e absorver o choque da civilização moderna" e depara-se com um paradoxo: como modernizar-se e retornar ás fontes? O autor atribui as fontes de uma civilização sua razão de ser. A valorização e o apreço de uma sociedade a suas raízes culturais caracteriza o sentimento regionalista e evoca uma reação à descaracterização de seu meio. Segundo Frampton, "uma das principais forças motivadoras de uma cultura regionalista é um sentimento anti-centrista, isto é, uma aspiração por algum tipo de independência cultural, econômica e politica". Além da aspiração por independência, a cultura que deseja, ainda, atribuir a si uma identidade, constitui a base para a formação de uma "expressão crítica regional".
Uma das maiores manifestações desse sentimento, o anti-centrismo, é atribuído pelo autor à formação do Grupo R, no começo da década de 1950, como um renascimento do nacionalismo catalão, mas que com o passar dos anos entrou em "decadência", degenerando-se em um "populismo ineficaz". Por meio