Hiv, hcv e hbv para dentistas
Maria Paula Jacobucci Botelho[1]
O trabalho na área da saúde traz consigo o risco constante à exposição a diversos agentes infecciosos. Embora este conhecimento seja antigo, somente com a epidemia da AIDS foram criadas medidas mais eficientes visando à proteção dos trabalhadores da saúde.
Os profissionais podem se contaminar de forma direta ou indireta, através de superfícies e objetos contaminados. Portanto, medidas de limpeza, desinfecção e esterilização, bem como a prática de higienização das mãos devem ser incorporadas à rotina diária de trabalho. Dentre os agentes que merecem atenção especial no ambiente odontológico, destacam-se os vírus das hepatites B e C e o HIV.
AIDS
Embora os primeiros relatos da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) tenham sido publicados em 1981, nos Estados Unidos (RACHID; SCHECHTER, 2008), a comprovação mais antiga foi confirmada pela presença do HIV em amostras de sangue africano datadas de 1950 (BRISTOL-MYERS SQUIBB) na fase que pode ser denominada de fase silenciosa da aids, em que o vírus disseminou-se em silêncio (BASÍLIO-DE-OLIVEIRA, 2005). O período seguinte, denominado como o da descoberta, vai de 1981 até 1985, quando o vírus foi descoberto, as formas de transmissão elucidadas e comportamentos foram descritos como de risco. O terceiro período histórico na evolução da pandemia, denominado de mobilização global, teve início em 1985 com a Primeira Conferência Internacional sobre Aids e caracterizado por novas políticas e estratégias para o diagnóstico, controle e tratamento da doença (BASÍLIO-DE-OLIVEIRA, 2005).
A identificação do vírus da imunodeficiência humana (HIV) foi feita em 1983 por pesquisadores franceses (BASÍLIO-DE-OLIVEIRA, 2005) – trata-se de um vírus RNA que se caracteriza pela presença da enzima transcriptase reversa, que permite a transcrição do RNA viral em DNA (daí o nome retrovírus - RNA transcrito / copiado de volta no DNA da célula), que pode então se integrar ao