Histórico das instituições escolares
Atenção pais: Quando enviarem seus filhos à escola para que eles recebam instrução, não se esqueçam que eles [sic] devem, obrigatoriamente, levar junto com o material escolar a educação que vocês deram a eles.
Tal recomendação, que tem circulado há alguns dias em uma conhecida rede social, nos faz refletir acerca da diferenciação entre a concepção da educação informal e sua outra variante, a formal e da postura confusa que nossa sociedade tem mediante essas definições. Segundo Maria Lucia Arruda Aranha, a educação informal é caracterizada pela sua forma casual e empírica, “não organizada sistematicamente, exercida a partir das vivências e com base no bom senso”, por outro lado, defende a filósofa, a educação formal é realizada a partir de regras e rígido controle externo, “contando com um grupo de profissionais instituído para exercer funções definidas e elaborar planos de ação efetiva”. Esse texto conciso procurará enfatizar a segunda concepção e, dessa forma, historicizar a sua principal organização, a instituição escolar.
Para a historiadora da educação Maria Lucia Hilsdorf, a educação escolar tem o seu delineamento já na Antiguidade, a partir da organização das escolas de primeiras letras, de gramática e superiores de retórica e filosofia e, não obstante o advento da Patrística, a organização escolar proposta pelos antigos não fora descartada, sendo a posição conciliatória definida por Santo Agostinho em sua De doctrina christiana adotada pelos representantes do período da Alta Idade Média. Dessa forma, defende Jacques Verger, os jovens cristãos podiam ter uma educação em moldes clássicos desde que o seu conteúdo fosse apoiado no conhecimento bíblico.
As escolas paroquiais, catedrais e monacais existentes desde o século V foram reformadas durante o Império Carolíngio (Sécs. VIII e IX) e essas foram adicionados saberes, tais como estenografia e dictamen prosaicum (ou redação de documentos