Histórias de Vida
Entrevista Zefinha – Pitimbú Zefinha: Não é difícil ensinar o pessoal… tá difícil assim, porque eu agora depois de velha perdi um pouquinho da paciência, não é Penha? Eu estive doente, problema de pressão alta, sofro dessa perna aqui… e fico assim, fico um pouco agoniada, não sabe? Mas eu tranquila… não é, Penha? Dá até pra ensinar, mas eu antigamente tinha mais paciência, mas agora… quer dizer, se for tudo tranqüilo eu tenho tranqüilidade, não fico muito aperreada dos juízos, mas quando eu me aperreio, já fico um pouco meio alvoroçada, com confusão, não é Penha? A gente anda o dia todo, não é Penha? A gente aguenta.
Penha: Fica atrapalhada…
Fico atrapalhada. Agora, com tudo tranqüilo, tudo conversando direitinho eu tenho paciência.
O trançado… Eu comecei a trabalhar eu tinha 25… tô com 32 anos, vou fazer 33 anos de serviço, quer dizer que eu tava bem nova, tava com um negócio de 25 anos, de 24 p/ 25 anos. Aí tinha uma senhora, quando eu morava em Cabedelho, tinha uma senhora, a dona Joana, que tirava as fibras, abria o cangaço pra tirar as tiras, e eu olhando, só de olhar. Quando ela terminou eu disse: “Olha, dona Joana, eu vou fazer um chapéu do mesmo jeito que a senhora tá fazendo e ela , faz. Ela: “Pois quando eu for pegar o cangaço eu vou trazer pra vc”, aí ela trouxe, quando ela trouxe me deu cinco já abertos, aí eu tirei, ela furou minha lata e disse: “Tu tem faca?”, “Tenho”. Tirei as fibras todinha, armei o chapéu do jeito que ela armou, teci e levei pra ela. Arrematei com a ponta da tesoura – ela tinha um ferro – eu arrematei com a ponta da tesoura só pra não pegar o ferro dela, né? Pra ela arrematar. Arrematei e fui levar. Ela disse: “Mas Zefinha…tu fizesse do mesmo jeito que eu.”, aí pronto, aí daí você faz qualquer coisa. Era uma vizinha minha, tinha uma distância de umas cinco casas. Aí pronto, aí quando eu comecei a fazer cestinhas para aniversário, cestinha costurada com tampa, tá entendendo? Aí foi descobrindo, aí pronto, comecei a