Comunicação Política na Era da Internet
“A comunicação política na era da internet”, de João Canavilhas
Todos os dias vemos nos principais periódicos do país um constante vilipêndio aos políticos e às políticas adoptadas em Portugal, independentemente do partido governante. Em quase todas as edições diárias de jornais como, por exemplo, Diário de Notícias, Correio da
Manhã, O Diabo ou Jornal de Notícias temos notícias mal explicadas de aumentos e desigualdades, outras mais bem explicadas de casas ou carros de luxo comprados por políticos ou ex-políticos, mas todas com um único objectivo: o de pôr toda a gente a falar do assunto, sabendo que estas mencionam sempre a fonte onde foi colher essa informação. Além das capas de jornais, muitas dessas notícias acabam também por se tornar acessíveis através do Twitter ou do Facebook, causando na maior parte das vezes uma grande revolta a quem as lê, ou simplesmente a quem passa apenas a vista sobre o título das mesmas sem aceder ao seu conteúdo. Com o aparecimento das redes sociais, os partidos políticos passaram a usufruir de um meio no qual deixa de haver mediação jornalística, e no qual conseguem chegar ainda melhor às pessoas sem ser só àquelas que compram um jornal ou ouvem frequentemente a rádio. Tal como aborda João Canavilhas no seu artigo, passa a ser proporcionado o
“acesso a informação relevante não distorcida”, distorção essa que é provocada, como já vimos, pela comunicação social.
Por exemplo, no passado mês de Novembro (2013), circulou nos jornais e nas principais redes sociais uma notícia que dava conta de um aumento de 91.8% nos subsídios de férias e de Natal em 2014 para os deputados da Assembleia da República. Notícia essa que teve uma enorme repercussão e provocou grande revolta entre as pessoas, provocando a partilha da mesma nas ditas redes sociais, o que trouxe notoriedade às publicações que a divulgaram. No entanto, apesar de ter sido bastante difundida, a informação não era