Historias de vida
LIFE HISTORY: THE CHALLENGES OF THEIR USE
Maria Esther Fernandes1
“Diante dos textos biográficos, eu sempre tenho a impressão de não estar suficientemente atento e sensível para compreendê-los a fundo. Tenho também a impressão de não merecê-los (...) São pessoas, seus rostos, o diálogo direto. Pessoas e não papéis. A sensação é a de violar os espaços secretos das pessoas”.
(Franco Ferrarotti – Histoire et histoires de vie).
RESUMO: Este artigo aborda alguns dos desafios que se colocam ao pesquisador quando se propõe a fazer uso de histórias de vida e depoimentos pessoais. Para além dos postulados teóricos e da vigilância epistemológica exigidos pela pesquisa científica, o pesquisador deve estar pronto para estabelecer uma relação de proximidade com o informante. As três fases de utilização dessa técnica, a saber: gravação, transcrição e análise, demandam do pesquisador não apenas formação teórica e metodológica, mas, também, sensibilidade, afetividade e respeito para com o entrevistado, condições necessárias para que possa penetrar o universo pesquisado para melhor compreendê-lo
PALAVRAS-CHAVE: História de vida; Desafios; Metodologia; Análise de documentos.
1 Graduada em Ciências Sociais Campus de Presidente Prudente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho (1968), mestrado em Escola de Comunicações e Artes pela Universidade de São Paulo (1976) e doutorado em Escola de Comunicações e Artes pela Universidade de São Paulo (1986). Atualmente é professor titular do Centro Universitário Uni Facef Faculdade de Ciências Econômicas Administração.
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FERNANDES, Maria Esther. História de vida: dos desafios de sua utilização. Revista Hospitalidade. São Paulo, v. VII,
n. 1, p. 15-31, jan.- jun. 2010.
ABSTRACT: This article discusses some of the challenges faced when the researcher intends to make use of life stories and personal testimonies. In addition to the theoretical