História
I.4. SOCIEDADE E CULTURA NUM MUNDO EM MUDANÇA
A. Mutações na estrutura social e nos costumes
A.1. O peso crescente das classes médias Nos finais do século XIX, a sociedade europeia apresentava profundas desigualdades entre o operariado pobre e uma alta e média burguesias, que viviam rodeadas de luxo e ostentação. Este período, marcado por uma situação política de paz e por uma economia em desenvolvimento, ficou conhecido por Belle Époque, tendo-se estendido até à 1ª Guerra Mundial. No período entre as duas guerras mundiais (1919-1935), verificou-se uma profunda alteração na sociedade e mentalidade dos países industrializados do Ocidente. O desenvolvimento da economia caraterizou-se pelo crescimento da indústria e do setor terciário. O comércio e os serviços empregavam muitas pessoas que compunham as classes médias. Pequenos industriais, comerciantes, juristas, professores, médicos, assim como funcionários públicos, empregados do comércio, da banca e dos seguros ganharam um estatuto social respeitável. Gradualmente, foram-se atenuando as diferenças sociais e os níveis de vida aproximaram-se. As condições de vida do operariado melhoraram e também estes se foram integrando numa sociedade de consumo. As classes médias passaram a desempenhar um importante papel na sociedade, criando um novo código social e moral, com novas ideias, modas e hábitos. De facto, após a 1ª Guerra, muita coisa mudou no quotidiano e na forma de pensar e de agir, sobretudo nas classes médias. Os horrores da guerra, o medo e a consciência da fragilidade da vida conduziram ao desenvolvimento de uma atitude de euforia, a um desejo de viver intensamente e de procurar o divertimento. Esta nova atitude marcou a década de 1920 que ficou conhecida como “loucos anos 20”. A vida noturna e o convívio em cafés e salões de baile intensificaram-se, surgiu a música jazz e experimentaram-se novos passes de dança como o foxtrot, o charleston e o