História
Durante o período colonial, diversos conflitos entre colonizadores e padres jesuítas tiveram lugar nas disputas ocorridas no território brasileiro. Na maioria das vezes, essas disputas aconteciam em torno da escravização da mão-de-obra indígena. Muitos colonos desprovidos da oferta ou de recursos financeiros para a compra de escravos africanos buscavam na mão-de-obra indígena uma opção mais acessível e de menor custo.
Em algumas situações, esses colonos tinham interesse em fazer uso dos indígenas agrupados nas reduções jesuítas, pois estes estavam adaptados à rotina de trabalho diário estabelecida pelos próprios padres e partilhavam uma mesma língua ou religião dos colonizadores. Naturalmente, essa cobiça era contrária às intenções dos missionários que, sem a presença nativa, não poderiam financiar as atividades da Companhia de Jesus ou empreender sua ação evangelizadora.
Na região sul do Brasil, jesuítas espanhóis fundaram diversas reduções conhecidas como Sete Povos das Missões do Uruguai. Ao longo de sua trajetória, os clérigos sofreram com o assédio de grupos bandeirantes e, muitas vezes, utilizavam da própria população indígena para se defender desses ataques. A partir da segunda metade do século XVIII, novos confrontos envolveriam essa população no momento em que Portugal e Espanha passaram a discutir a redefinição de suas fronteiras coloniais.
Em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri, os portugueses passariam a controlar os territórios dos Sete Povos das Missões que, em contrapartida, cederiam um foco de colonização na região de Sacramento. Além disso, esse tratado estipulava a remoção dos indígenas e jesuítas para o lado espanhol das fronteiras naturais estabelecidas pelo Rio Uruguai. O absurdo dessa proposta não levava em consideração o fato de que tal mudança envolvia o deslocamento de cerca de 30 mil índios e 700 mil cabeças de gado.
Além dos problemas de deslocamento, os indígenas rejeitavam completamente sua inserção no