história
Não há princípios inatos na mente
1. A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato. Consiste numa opinião estabelecida entre alguns homens que o entendimento comporta certos princípios inatos, certas noções primárias, koinaì énoiai, caracteres, os quais estariam estampados na mente do homem, cuja alma os recebera em seu ser primordial e os transporta consigo ao mundo. Seria suficiente para convencer os leitores sem preconceito da falsidade desta hipótese se pudesse apenas mostrar (...) como os homens, simplesmente pelo uso de suas faculdades naturais, podem adquirir todo conhecimento que possuem sem a ajuda de impressões inatas e podem alcançar a certeza sem nenhuma destas noções ou princípios originais. (...)
Não há princípios práticos inatos
1. Nenhum princípio moral é tão claro e geralmente recebido como as máximas especulativas anteriormente mencionadas. (...) Isto é ainda muito mais patente com respeito aos princípios práticos, que não alcançam uma recepção universal. Penso que será difícil ilustrar qualquer regra moral com a mesma pretensão de ter o assentimento geral e imediato da que diz “o que é, é” ou ter uma verdade tão manifesta com esta: “é impossível para uma mesma coisa ser e não ser”. Por mais que seja evidente que elas se distanciem posteriormente do título de inatas, a dúvida de que elas são impressões nativas na mente é muito mais forte em relação aos princípios morais do que aos outros. Nem isto coloca de modo algum sua verdade em questão. Elas são igualmente verdadeiras, embora não igualmente evidentes. (...)
(Sobre as ideias. Locke distingue dois tipos de ideias, as simples e complexas. A origem de todas as ideias são os sentidos: elas nascem das impressões sensíveis que afetam os sentidos na experiência, seja através da experiência externa, a sensação, seja da experiência interna, a reflexão).
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