História e relatos de conhecidos sobre wellington menezes
Wellington Menezes de Oliveira nasceu em 1987, morava em uma casa de muro branco em Realengo, onde manchas amareladas mostravam as marcas do tempo. Da casa de muro branco era possível avistar o campo de futebol da Rua Jequitinhonha, mas o chão de terra e a bola de futebol nunca atraíram o rapaz. Calado e de poucos amigos, preferia fazer atividades sem a presença de outras pessoas, pois em sua vida, não havia espaço para muita gente.
O rapaz ás vezes caminhava um quarteirão para comprar pão na padaria ‘Jequitipão’. Chegava sozinho, pegava a mercadoria e ia embora, quieto e sempre sem reclamar. Para as vendedoras do local, ele parecia ser educado, porém as palavras eram apenas as necessárias para seu pedido ser entendido. Wellington era um rapaz tímido, o que, em um bairro do subúrbio onde conversar na porta do vizinho era algo cotidiano, fez com que ele fosse taxado de esquisito. Um de seus conhecidos, Fábio dos Santos, 27, afirmou que Wellington nunca se divertiu e a impressão que ele deixava transparecer era de uma pessoa calma e incapaz de fazer mal a uma formiga.
A maior parte da infância de Wellington foi dentro de casa. Sua vizinha de muro Deise dos Santos, 59, consegue ver a casa do rapaz onde passou a infância e a adolescência. “Ele brincava no quintal, sozinho”, conta. Quando ficou mais velho, ele descobriu a internet e, a partir dai, formou-se de vez o seu casulo.
Em seu último emprego, no almoxarifado de uma indústria de alimentos, comentava-se a sua fixação por jogos online. “Era da casa para o trabalho e do trabalho para casa”, conta a vizinha Elda Lira de 55 anos. Durante o serviço ele falava o básico e costumava andar de cabeça abaixada. “Só vivia no mundo dele”, explica Fábio.
Os vizinhos contam que nos últimos tempos ele só usava calça e roupa preta. Há cerca de um ano antes da tragédia em realengo, Wellington deixou sua casa para morar em Sepetiba, também na zona oeste, um pouco