História total
DO SUBÚRBIO CARIOCA Guilherme Peres
Dentre os inúmeros viajantes que contribuíram para o conhecimento da região Sudeste do Brasil no início do século XIX, destaca-se o botânico Auguste de Saint-Hilaire, publicando na Europa o resultado de suas pesquisas.
Permanecendo nesse país durante os anos de 1816 a 1822, iniciou sua viagem partindo do Rio de Janeiro visitando várias Províncias, colhendo material botânico e zoológico, registrando observações de interesse histórico, geográfico e etnográfico.
Acompanhado do cônsul geral da Rússia no Brasil Sr. George Von Langsdorff, que em setembro de 1916 havia comprado a fazenda Mandioca em Inhomirim, Baixada Fluminense, iniciaram a viagem no dia 7 de dezembro do mesmo ano seguindo uma pequena tropa de muares, “um negro e um mulato que pertenciam ao Sr. Ildefonso”, responsável pela expedição.
Prosseguindo pelo “Caminho de Terra” passaram diante do palácio São Cristóvão, cuja visão à direita era a Baia de Guanabara e à esquerda “um vale semeado de colinas e casas de campo”, tendo ao fundo as montanhas da Tijuca cobertas de matas virgens. “Talvez cousa alguma no mundo se compare em beleza aos arredores do Rio de Janeiro” diz Saint-Hilaire, elogiando as florestas “tão velhas como o mundo”, e “que todos os meses do ano estão ornadas de flores vistosas”.
Descrevendo a estrada que saía da Capital, o botânico afirma que durante duas léguas “não deixamos de encontrar homens a pé e a cavalo, e negros que conduziam descarregados os cargueiros que pela manhã haviam levado à cidade com provisões”. Em meio à poeira “rebanhos de bois e varas de porcos tocados por Mineiros avançavam lentamente”. Nas tabernas o ruído dos escravos era ensurdecedor, misturado aos “homens livres de classe inferior.”
INHAÚMA
Depois de caminharem duas léguas os viajantes avistaram a paróquia de São