Ética e Responsabilidade Social
Podemos observar no mundo contemporâneo um apelo ao respeito da diversidade cultural. Este discurso parece partir da necessidade de reconhecermos a importância de outras culturas em relação a nossa, já que há tempos está consolidada a idéia de que temos uma unidade biológica, sejamos nós vermelhos, brancos, negros ou de qualquer outra cor. Nesse sentido, temos um dos métodos da Antropologia, o relativismo cultural, isto é, os valores são relativos a cada cultura, não existindo um valor objetivo que sirva para todas.
Com o relativismo cultural a conduta moral torna-se complicada, pois força-nos a nos conformar com as normas sociais, com aquilo que é socialmente aceito, caso contrário, entramos em contradição. Assim, abre-se pressuposto para fazermos o que bem entendemos. Porém, globalizando a questão à humanidade, se formos nos conformar com tudo o que é socialmente aceito em uma cultura ou em um grupo, mesmo dentro de nossa cultura, o mundo virará um caos, porque todos poderão fazer o que bem entendem sem hesitação, já que se abre pressuposto para tal. É claro que todos nós temos o direito de ir e vir e fazer o que bem entendemos, mas bem sabemos que fazer tudo o que podemos não é uma boa opção.
Então, se o relativismo cultural, enquanto visão de mundo e não enquanto ferramenta metodológica, exclui o bem e o mal, a desordem toma conta. Toma conta porque vamos poder desobedecer à lei, a qual regula de algum modo a sociedade, ou nem tê-la. De fato, desobedecer à lei, ou não tê-la não é ruim para alguns, mas é ruim quando mexe com esses alguns. Nesse sentido, o relativista pode se contradizer, porque afirma que não existem bem e mal objetivos, mas toma um valor tido como um bem para valer-se de seu próprio princípio relativista. Assim, ele assume que a tolerância é um valor objetivo, mesmo que involuntariamente, e afirma que é ruim sermos intolerantes. Desse modo, um relativista, que não acredita em bem e mal