História Medieval
O ódio se destaca, representa de modo crucial a contradição do período. Todos tinham desprezo pelo clero e suas atitudes infames, entretanto demonstravam admiração e amor incondicional pela santidade da vida sacerdotal. Criticavam os vícios do clero. O ódio é principalmente dirigido às ordens medicantes, considerados a escória, os padres indignos. A crítica aos padres medicantes demonstra uma grande mudança na forma de pensamento religioso, uma mudança na mentalidade e visão de mundo, a pobreza deixava de ser apreciada como grandeza de espírito e passava a ser encarada como problema social. As ordens medicantes tratavam-se dos grandes discípulos de Francisco de Assis, que abandonou todos seus bens para viver com os pobres como os pobres.
O Renascimento em nada alterou as concepções de santos, os santos permaneceram os mesmos, assim como os conceitos dos séculos anteriores não foram alterados. Dois tipos de santos destacavam-se: Os homens de palavra ardente e ação energética, e os homens de práticas extravagantemente humildes. Cabe a nós identificarmos a diferença entre ser e parecer. Todos se impressionavam muito mais com as coisas sobrenaturais, do que com capacidade intelectual ou formulação política da igreja, canonizavam-se os santos que demonstravam caridade exemplar, devoção admirável, e milagres inimagináveis.
O autor fala de piedade luxuosa e manifestações teatrais de humildade. As pessoas queriam ultrapassar o nível de humildade umas das outras. Todos queriam morrer como mártir, pediam que em seu suspiro final