História dos surdos no Brasil
Nasceu em Paris, França, no ano de 1822, Eduard Huet, cuja família pertencia à nobreza daquele país. Aos doze anos ficou Surdo em conseqüência de sarampo. Embora já falasse francês, alemão e português, após tornar-se Surdo, aprendeu espanhol, além de ter estudado no Instituto Nacional de Surdos de Paris, onde se formou professor. Na França, Huet foi professor e diretor do Instituto de Surdos de Bourges. Pertencia à nobreza, era Conde. Casou-se em 1851 com uma dama alemã chamada Catalina Brodeke e emigrou para a Corte Portuguesa no Brasil em 1855, mesmo ano em que fundou a Escola do Rio de Janeiro para a educação de Surdos, a instâncias do Imperador Dom Pedro II, sendo diretor e professor.
Naquela época, segundo Adalberto Ribeiro, numa reportagem publicada na Revista do Serviço Público em 1942, Huet tinha como principal propósito a fundação de uma escola de surdos, pois era "levado por sentimentos de solidariedade humana, cogitou, por sua vez, a fundação de uma casa de ensino e abrigo para seus companheiros surdos-mudos". Naquele tempo, no Brasil, não havia uma idéia pública acerca da educação dos surdos e, inclusive, as famílias relutavam em educá-los, dificultando a Huet concretizar seu propósito. Por ter trazido uma carta de recomendação do Ministro de Instrução Pública da França, no entanto, ele foi apresentado ao Reitor do Imperial Colégio, Dom Pedro II, que lhe abriu as portas para criar a primeira escola de surdos no país (atual Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES), porém também não podemos nos esquecer de que, para desenvolver o seu trabalho, o professor Huet contava com o auxílio da nobreza ligada ao governo. Em janeiro de 1856, apresentou o programa para a educação de surdos e, dois anos mais tarde, apresentou os seus sete alunos ao imperador e realizou o exame público de seus alunos, de acordo com os moldes daquela época, entusiasmando o público que assistiu, frente aos resultados que eles