História do som
Sendo o som o resultado de uma perturbação num meio contínuo (e.g., ar ou água) que envolve a fonte e os receptores dessa perturbação, a sua história pode recuar até ao momento em que a seleceção natural originou um ser com a faculdade de “ouvir”, permitindo-lhe assim uma maior capacidade de sobrevivência: os primeiros vertebrados surgiram em meio aquático há cerca de 500 milhões de anos.Tanto quanto se sabe os dinossauros comunicavam entre si mediante sons, mas só com o aparecimento do Australopiteco (há cerca de 30 milhões de anos), e da sua postura erecta que lhe libertou as mãos, foi pela primeira vez possível a um ser vivo construir instrumentos, inclusive instrumentos musicais, cujas características acústicas, empírico-intuitivas, passaram de geração em geração e influenciaram outros hominídeos.
As consequências sociais do domínio do fogo pelo Homo Erectus (há cerca de 1.5 milhões de anos), e da sedentarização, com o domínio da agricultura pelo Homo Sapiens Sapiens (há cerca de 8000 anos), fazem com que a música, e a acústica associada, comecem a proliferar pelas mãos e talento daqueles que já não são obrigados a procurar alimento, mas que assumem a responsabilidade do entretenimento. A invenção da roda (há cerca de 5500 anos) abre caminho à “maquinização” generalizada e, consecutivamente, à generalização de sons artificiais no quotidiano. A invenção da escrita (há cerca de 5000 anos), permitiu uma maior organização da sociedade, inclusive da própria música. Contudo, catástrofes naturais (o dilúvio, há cerca de 5500 anos, que não deve ter sido mais do que uma grande cheia no “centro” do mundo de então: a Mesopotâmia) e artificiais (destruição de todos os livros da cultura chinesa pelo imperador Shih Huang-Ti, há cerca de 2300 anos; o incendiar da biblioteca de Alexandria, por Júlio César, em 47 a.C., para que não caísse nas mãos dos Egípcios), fazem com que muitos dos registos que poderiam confirmar ou infirmar algumas das suposições actuais não