História da pedagogia
Neste capítulo busco trazer à memória os primórdios e alguns traços sintéticos da trajetória do Curso de Pedagogia, entre nós, a fim de situar historicamente a discussão proposta. Para revisar a história do curso adotei como principal referência os quatro marcos legais instituídos ao longo do seu percurso. A gênese do curso está na formação de professores. Entretanto, esclareço que não se fará, no âmbito deste trabalho, uma pesquisa histórica acerca desse tipo de formação no Brasil, tarefa necessária e já assumida e retratada, em diferentes aspectos, em alguns estudos, dentre os quais situo os de Antunha, 1975; Lelis,
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1989; Villela, 1990; Silva, 1991; Accácio, 1993; Mendonça, 1993; Vidal, 1995; Brzezinski, 1996; Bissolli da Silva, 1999; Monarcha, 1999; Tanuri, 2000; Weber, 2000; e Saviani, 2005b.
3.1. Sobre o primeiro marco legal do curso (1939)
O primeiro marco legal do Curso de Pedagogia é o Decreto-Lei nº. 1.190 de 4 de abril de 1939, que instituiu o curso no bojo da organização da Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil. A década de 30 ficou marcada, dentre outros aspectos, no contexto educacional, pela implementação da reforma Francisco Campos e pelos debates em torno da criação das universidades brasileiras, influenciados em parte pelo ideário da escola nova. A pedagogia, antes mesmo de se constituir como um curso, adentrou o contexto universitário pela via dos Institutos de Educação, sobretudo a partir das experiências escolanovistas do Instituto de Educação do Distrito Federal, concebido por Anísio Teixeira e dirigido por Lourenço Filho, em 1932; e do Instituto de Educação de São Paulo, criado um ano depois, por Fernando de
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Azevedo8. Os Institutos de Educação em questão9 foram pensados a partir de uma concepção de pedagogia como ciência, visando proporcionar ao futuro professor a necessária formação