História da Medicina - A Construção do Saber Médico
As práticas medicinais têm sua origem nos tempos mais remotos, e falar da história da medicina é também falar da história dos grandes povos que auxiliaram na compilação dessa prática universal. A preocupação com a saúde do corpo físico sempre foi inquietação peculiar da humanidade, e a vontade de sanar e descobrir a origem das mazelas que apareciam sempre foi a força motriz no desenvolver e avançar da Medicina. Além do desenvolvimento científico e do próprio ofício médico, a história da humanidade permite vislumbrar que os desenvolvimentos tecnológicos, intelectuais e humanos, funcionaram como a vela e o vento que nortearam os caminhos a serem percorridos.
Enquanto arte de curar, a Medicina sempre foi desempenhada por aqueles que se propunham a sanar os males dos outros. Para muitos povos antigos, a cura das doenças estava primariamente vinculada a motivos místicos, como a vontade dos deuses e/ou espíritos. Os indígenas, por exemplo, dos tempos primitivos até hoje, mantêm-se ligados a essa tradição, tendo na figura do pajé, o curandeiro da tribo, o papel de receitar e realizar procedimentos que ultrapassam o corpo físico da pessoa. Também os egípcios, que tinham no exercício da medicina uma estreita ligação com a religião, desenvolveram várias técnicas de tratamento de enfermidades, através, principalmente, de um intenso uso de ervas, sendo responsáveis pela espantosa técnica de conservação de cadáveres conhecida por embalsamento.
Muitos povos ocidentais foram de grande importância na evolução das formas de cuidar e sanar doenças, assim como na maneira de encará-las. Foram os gregos que iniciaram esse pensamento lógico relacionado ao estar doente, desvinculando-o de fatores místicos, com a procura de um nexo causal que teria desencadeado o processo. Também os bizantinos foram de grande relevância; com a criação dos primeiros grandes hospitais que, apesar de serem apenas um local de abrigo para os doentes,