História cpii
[pic] |COLÉGIO PEDRO II - UNIDADE SÃO CRISTÓVÃO III
História - 2012 – 3ª Série do Ensino Médio
Coord. Prof.ª Márcia Bandeira - Professor: Albano Teixeira | |
TRABALHANDOCOM TEXTOS
“A classe dos fazendeiros de café que alinha às demais classes rurais nos diversos Estados, governava o país em seu proveito, não se mantinha no poder pela força militar, como sucedia em outros países sul-americanos. Ela se conservava e se eternizava no governo graças a uma máquina eleitoral que se estendia por todo o país, mergulhando suas raízes na terra. Era como uma pirâmide em cujo ápice se encontrava o Presidente da República, vindo logo abaixo o Partido Republicano Paulista e os Partidos Republicanos Estaduais; e na base do arcabouço, o coronel e a sua família, amigos, parentes e dependentes, constituindo as famosas oligarquias estaduais, pequenos Estados dentro do Estado, que centralizavam em suas mãos, nos sertões, os três poderes fundamentais da República: legislavam e executavam. (...) Para servir aos coronéis, os sertanejos de qualquer categoria social, trabalhador, parceiro ou pequeno proprietário, e a fim de dar uma aparência legal ao predomínio dos mesmos, tinham de votar com ele. Os analfabetos aprendiam, às vezes, a assinar o nome para poder lançar na urna um voto cujo nome não podiam ler. E se o pudessem, seria a mesma coisa. Em véspera de eleição, eram conduzidos em lotes, de qualquer modo, aos locais próximos aos postos eleitorais onde eram guardados, às vezes com sentinelas, nos chamados quartéis ou currais, nos quais se fazia a concentração dos eleitores. O chefe político lhes dava, além da condução, roupa, cachaça e uma papeleta de voto. (...) O interior do país, sujeito a esse regime, concentrava 70% da população e, por mais livres que fossem os eleitores das cidades, a votação do interior, produto das máquinas eleitorais, os sobrepujava”. (Adaptado de Basbaum, L. História Sincera da República. De 1889 a 1930. SP: