Historiografia do barroco mineiro
Introdução A figura de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, assume extrema importância dentro da historia da arte colonial brasileira. No contexto da capitania de Minas Gerais, o mito de o Aleijadinho adquire um papel central, sendo quase impossível tratar do barroco mineiro sem mencionar-lo. A “estréia” de O Aleijadinho na historiografia se deu em 1858, na monografia de Rodrigo José Ferreira Bretas intitulada “Traços biográficos relativos ao finado Antônio Francisco Lisboa, distinto escultor mineiro, mais conhecido pelo apelido de O Aleijadinho”. Desde então, em vários períodos da história da arte e da sociedade brasileira, o nome do artista esteve envolvido numa serie de discussões. Debates que envolvem desde sua identidade, a autoria de algumas de suas obras, até a sua real existência. Depois do estudo de Bretas, Mario de Andrade e os artistas do modernismo brasileiro, juntamente com nacionalismo das primeiras décadas do século XX no Brasil, foram grandes entusiastas, tanto das obras quanto do mito em volta de Aleijadinho. Na década de 30, Getúlio Vargas, junto ao, então ministro da educação, Gustavo Campanela criaram o Serviço do patrimônio histórico e artístico nacional (SPHAN) em 30 de Novembro de 1937. Sob a direção de Rodrigo Melo Franco de Andrade, o SPHAN era a instituição nacional de proteção ao patrimônio, o órgão contou com a colaboração de importantes figuras da época, tais como, o próprio, Mario de Andrade e o arquiteto Lúcio Costa, ambos se debruçaram sobre as obras e vida de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. O artista mineiro, também despertou o interesse de pesquisadores internacionais, o francês Germain Bazin, o mais famoso dentre eles, visitou o Brasil nos anos 40 e ficou impressionado com a obra de o Aleijadinho, Germain Bazin o considerava “o último dos grandes imagistas cristãos” (BAZIN, 1989, p.382). Em 1956 e 1958, Bazin publicou os dois volumes