Historiografia Brasileira
A historiografia brasileira tem seu florescer em meados da década de trinta do século XIX, vemos no esteio da escrita da história brasileira a criação do IHGB, em 1838, este ligado ao projeto de construção da identidade da nação, engajado politicamente e socialmente pelas elites nacionais. Podemos citar como grandes nomes da escrita da história do Brasil, Varnhagem, que apresenta um país ainda muito luso-brasileiro e influenciado pelo mundo português e suas características e Capistrano de Abreu, que trará à luz a existência de uma identidade nacional, que foi consolidada com a expulsão dos holandeses do nordeste. Décadas após as obras dos historiadores citados, Gilberto Freyre aparecerá como grande nome da historiografia, apresentando questões relacionadas ao patriarcado brasileiro e a miscigenação. Sendo este o autor do famoso e criticado conceito da democracia racial brasileira. O pernambucano será um grande defensor do patriarcado e crítico da modernização da sociedade brasileira. Contudo, apesar das inúmeras críticas que foram feitas as suas obras, não se pode negar o caráter inovador das obras de Freyre. É importante ressaltar o contexto político em que a obra destes autores é publicada, Varnhagem escreve no período da consolidação da monarquia, Capistrano, no declínio desta e Freyre, na conturbada década de 20 do século XIX, que irá modificar as relações políticas e até sociais do Brasil.
É em cima deste contexto que Vavy Borges e Maria Sttela Bresciani trabalham as modificações ocorridas no país e o impacto que isto teve na historiografia brasileira. Para Borges os conflitos políticos, no seio das elites brasileiras, na década de 20 acarretaram na “Revolução de 30”, que marca uma ruptura com as antigas oligarquias dominantes. Já Bresciani trará uma crítica aos historiadores, que desde a criação do IHGB estão engajados na construção de uma identidade nacional, marginalizando outras questões históricas. Todavia, ainda segundo a