a nova historiografia brasileira
Partindo dessa análise, através da produção historiográfica, encontramos uma grande expansão de pesquisas, publicações, um maior desenvolvimento do teatro e da música, assim como também uma maior participação social de grupos antes excluídos da vida pública e que agora exigem seus direitos, como as mulheres, os negros, o movimento operário; é o aumento da produção intelectual que foca nas características das vivências históricas específicas de cada assunto –tudo isso em uma época de repressão cultural, durante a ditadura militar.
Junto dessa nova produção, deixa-se de lado a análise marxista das estruturas socioeconômicas para dar atenção nas discussões sobre “universo mental” e “ideologias”; exemplos disso podem ser Carlos Guilherme Mota, que “desloca o foco de atenção do campo econômico para a dimensão ideológica do universo da cultura brasileira” (pág.75), Isabel Marson, Adalberto Marson, Arnaldo Contier e Maria Helena Capeato, que partindo do marxismo fazem uma análise ideológica como instituição.
Vê-se também na historiografia uma renovação, podendo ser representada por Edgar de Decca, que tem como o objetivo mostrar a construção do imaginário da Revolução de Trinta partindo do conflito que afeta e silencia a classe operária –mostrando como a história pode ser um instrumento de dominação de classe.
Esse estudo de De Decca marca uma guinada na direção do estudo da subjetividade, do indivíduo, também observada em E. P. Thompson, que traz um novo conceito de classes sociais, agora com a ideia de “imaginário social”, focando também na cultura e fazendo uma crítica ao estruturalismo presente no marxismo dos anos 60 e 70, onde os sujeitos eram diluídos na infraestrutura socioeconômica.
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