Historia
O encontro de “Dois Mundos”: da pré-história à chegada dos europeus Eliete de Queiroz Gurjão
Todos sabemos que o território paraibano e o de toda a América, antes da chegada dos europeus, era habitado por povos diversos que foram denominados de índios. Neste estudo, quando nos referimos a estes povos empregaremos, também, os termos nativos e aborígines. Desde quando os nativos habitavam a Paraíba? Como eram eles? Como viviam? Estas e outras questões são difíceis de responder. Tal fato se justifica pelo menosprezo do colonizador para com eles, que os consideravam como selvagens quase animais e indignos de qualquer preocupação que não fosse a catequese. Assim, as informações sobre eles são reduzidas aos escritos deixados por cronistas e documentos oficiais. Porém, atualmente, vários estudos contribuem para que conheçamos um pouco mais sobre a população nativa. Segundo as pesquisas arqueológicas mais recentes realizadas no sertão da Paraíba, há 7000 anos atrás essa área já era habitada. O homem primitivo que nela vivia habitava em rochas, nas proximidades de cursos de água, onde deixou marcas definitivas de sua presença e indicativas de seu cotidiano, seus mitos e crenças nas chamadas inscrições rupestres. Sobreviviam da caça e da coleta de frutos; abatiam mamíferos de grande porte, tais como o tigre dente-de-sabre, o mastodonte, paleolomas, preguiças e tatus gigantes, cujos restos ainda são encontrados no fundo de lagoas (chamados tanques). A iminente pesquisadora Gabriela Martim, além das informações acima, chama a atenção para a importância dos sítios arqueológicos encontradas no interior do Nordeste e ressalta a riqueza de sua arte rupestre:
Nos sertões do Nordeste do Brasil, desenvolveu-se uma arte rupestre pré-histórica das mais ricas e expressivas do mundo, demonstrando a capacidade de adaptação de numerosos grupos humanos que povoaram a região desde épocas que remontam ao Pleistoceno final. Essas representações vêm sendo