As Ficções Históricas nas Páginas de Plutarco Brasileiro Nayara Emerick Lamb1 RESUMO: Nosso objetivo é analisar a obra Plutarco Brasileiro, de autoria de João Manoel Pereira da Silva (1817-1898), editado em 1847. Trabalho fruto do projeto Retratos em papel e letras: imaginário nacional e narrativa biográfica no Império do Brasil, coordenado pela professora Márcia de Almeida Gonçalves, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O projeto investiga as imagens de nação presentes em narrativas biográficas publicadas, no Império do Brasil, entre as décadas de 1830 e 1889. Visamos identificar tais premissas nas páginas das biografias de Plutarco Brasileiro. PALAVRAS CHAVES: biografias, pátria, imaginário nacional. João Manoel Pereira da Silva foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Suas publicações indicam sua aposta no fazer da História Brasileira em várias frentes. Sua Historia Geral do Brasil, em sete volumes, é uma marca visível, assim como Parnaso Brasileiro, de 1843, na qual inicia sua busca a partir da construção de uma história da literatura brasileira. Sua aposta no uso biográfico é mais uma faceta de sua construção da História Nacional. Suas biografias, por um lado, podem ser associadas à concepção da “historia mestra da vida”, como almejado por Januário da Cunha Barbosa, em seu discurso de abertura do IHGB, por outro, possuem algumas significações particulares. Sua aposta no biográfico, cara ao período, e que era levada a cabo pelo IHGB, constituiu-se a partir do uso da literatura como campo de experimentação para a escrita da história. Ainda que sua produção não tenha lhe rendido muitas glórias, sua obra é digna de uma análise profunda quanto a métodos e motivações. Muitas foram as críticas recebidas nos anos seguintes à publicação de Plutarco Brasileiro. As mesmas o levaram a reeditar o livro mais de dez anos após a primeira edição. Na reedição de 1858, o que se vê é uma maior aproximação com os padrões do IHGB, ainda que a