historia
Carregado no lombo de mulas, o charque tinha destaque no mercado alimentício interno. Por conta das grandes dificuldades de transporte da época, a conservação dos víveres se tornava uma tarefa muito complicada. Nesse aspecto, o charque levava enorme vantagem por ser um produto que resistia bem ao processo de deterioração da matéria orgânica. Com o aumento dos centros urbanos principalmente por conta da atividade mineradora, o charque passou a ser produzido em grandes quantidades.
Ao sustentar a demanda alimentar de outras regiões, o charque foi sendo agente responsável na consolidação de grandes centros urbanos no sul do Brasil. Além disso, também podemos assinalar a formação de uma enriquecida elite pecuarista que desenvolvia e controlava as charqueadas no interior de suas propriedades. Paralelamente, uma significativa quantia de escravos era explorada para que o lucro com a atividade crescesse de forma exponencial.
A importância dessa atividade econômica chegou a motivar o desenvolvimento de uma das mais agressivas rebeliões do Período Regencial. Em meados de 1830, os estancieiros gaúchos cobravam medidas do governo para que a concorrência dos países vizinhos fosse diminuída. Apesar da demanda, o governo brasileiro se negou a atender ao pedido dizendo que os preços do charque e do couro gaúcho eram abusivos.
Sentindo-se menosprezados pelo governo central, as elites pecuaristas organizaram tropas e realizaram a conquista das províncias do Rio Grande do Sul e Santa Catarina durante a