historia
Goiânia, 01 de fevereiro de 2013
CHARTIER, Roger- As origens da Revolução Francesa- São Paulo, UNESP, 2009
Uma nova política cultural
Fontes secundárias
Conceitos: politização, despolitização, sociabilidade
O autor utiliza da metodologia de revisão bibliográfica através da utilização das fontes, problematiza a politização da cultura política, relativizando a hipótese de Burke que considera que a Revolução Francesa ocorreu em um momento de politização da cultura popular.
Mesmo considerando a questão de textos impressos referentes ao Estado e ao interesse da camada popular, não quer dizer que principalmente os camponeses tenham aderido à essa prática de leitura, e que a mesma tenham sido responsável por essa politização. Chartier diferentemente de Burke problematiza em torno da questão da cobrança de impostos e dos protestos anti-senhoriais e a partir daí um interesse político que culminou com novas formas de sociabilidade. Ocorreu nas comunidades rurais, pelo menos em algumas partes do reino uma intolerância para com o senhor por seus privilégios arcaicos, suas extorsões e também a questão de se apropriarem de terras comuns na construção de grandes latifundiários (CHARTIER, 2009, p.214).
O autor relativiza as queixas expressas em 1614 e 1789 e indaga a questão como fornecedora na compreensão das transformações da cultura política das massas na França pelas comunidades rurais francesas, mostrando entre duas maneiras de pensar e vivenciar a relação da sociedade com as Instituições (p.221).
Em 1614 os efeitos das Guerras Religiosas eram sentidos numa conjuntura econômica de reconstrução, o ideal que os cahiers expressam é que as autoridades deviam assumir responsabilidade do corpo social em troca desfrutar de privilégios e direitos considerados legítimos. Já em 1789 a sociedade protegida e pacifica debatia medidas que pudessem harmonizar seus desejos com a ordem que reinava o mundo. A