Historia
1. A República e os novos atores políticos
"O federalismo implantado pela República em substituição ao centralismo imperial criou um novo ator político com amplos poderes, o governador de Estado. O antigo presidente de província, durante o Império, era um homem de confiança do ministério, não tinha poder próprio, podia a qualquer momento ser removido. O governador republicano, ao contrário, era eleito pelas máquinas dos partidos únicos estaduais, era o chefe da política estadual. Em torno dele se agrupavam as oligarquias locais, das quais os coronéis eram os principais representantes."
(CARVALHO José Murilo de Carvalho. Pontos e Bordados, escritos de história e política. Belo Horizonte Editora UFMG,1998 p. 55)
2. As oligarquias agrárias e a máquina eleitoral
"A classe dos fazendeiros de café que, aliada às demais classes rurais nos diversos estados, governava o país em seu proveito não se mantinha no poder pela força militar, como sucedia em outros países sul-americanos. Ela se conservava e se eternizava no governo graças a uma máquina eleitoral que se estendia por todo o país, mergulhando suas raízes na terra.
Era como uma pirâmide em cujo ápice se encontrava o Presidente da República, vindo logo abaixo o Partido Republicano Paulista e os Partidos Republicanos Estaduais: e, na base, o coronel e a sua família, amigos, parentes e dependentes, constituindo as famosas oligarquias estaduais, que centralizavam em suas mãos, nos sertões, os três poderes fundamentais da República: legislavam, julgavam e executavam."
(BASBAUM, Leôncio. História Sincera da República, de 1889 a 1930. 4ª. Ed. São Paulo: Alfa-Ômega, 1981, v.2. p. 189-191).
A REPÚBLICA EM CRISE
3. Primeiras mudanças
A disputa eleitoral entre Rui Barbosa e Hermes da Fonseca foi o início de um profundo processo de dissidências políticas no interior da classe dominante, que se acentuaria cada vez mais devido às transformações