historia
Temática: A civilização do Indo
O oriente como construção do ocidente: o mito do “exótico”
Um dos cuidados que devemos ter ao abordar a história de culturas como a indiana ou a chinesa, é o de evitar os preconceitos tipicamente ocidentais com relação ao mundo oriental. Um desses preconceitos é a esteriotipação das culturas orientais sob o rótulo do “exótico”.
O homem ocidental sempre teve uma fascinação pelo oriente. Ele procurou em um oriente mítico aquilo que deixou num passado incerto: a relação com o sagrado, a sabedoria, a espiritualidade, o sentimento de totalidade com o cosmos etc. O oriente é o que o homem ocidental não é; ele é o inverso, o avesso do ocidente. Nessa perspectiva, o “oriente” não tem existência própria, ele é um produto do imaginário coletivo do homem moderno, burguês, branco e ocidental.
O exotismo do oriente inspirou muitas obras de arte, romances e outras criações culturais, estimulando a imaginação, mas também justificou os projetos colonialistas das potências ocidentais.
O historiador deve evitar toda abordagem mistificada das outras culturas e, por isso, deve rejeitar o exotismo. Da mesma forma que o antropólogo, o historiador deve abordar as culturas que estuda conforme o sistema de valores dessas culturas, evitando julgar o passado com os valores do presente, assim como julgar as outras culturas com os valores da sua própria cultura. As culturas do Indo
Para conhecer as civilizações pré-arianas, que floresceram no vale do Rio
Indo e Sarasvati, os historiadores só contam com vestígios arqueológicos, já que as poucas fontes escritas que foram encontradas não puderam ser decifradas até agora.
As duas principais cidades dessa antiga civilização, urbana e sofisticada, eram Harappa e Mohenjo Daro. Elas foram descobertas em 1800 pelos colonizadores ingleses, mas foi somente em 1921 que começaram as esUNIMES VIRTUAL
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HISTÓRIA ANTIGA
cavações sistemáticas. Interrompidas durante a Segunda