Historia perfume
O olfacto transporta-nos para um mundo de emoções associadas a memórias de fragâncias. É o sentido que mais rapidamente coloca o cérebro a funcionar e desde a antiguidade que a humanidade usufrui e explora este potencial através dos perfumes.
Maria Carlos Reis
É graças aos sentidos que comunicamos com o mundo exterior. Em relação ao olfacto, e apesar de ter sido considerado um dos sentidos de que se poderia prescindir sem alterar a nossa percepção da realidade, ele é o mais rápido a “pôr o cérebro a funcionar”, transportando-nos para um mundo de emoções e sentimentos distintos e mais profundos do que o que nos é sugerido pela visão de uma imagem ou a percepção de um objecto através do tacto.
Assumindo o olfacto um papel tão importante na interpretação do mundo que nos rodeia, tudo indica que o Homem terá aprendido, desde as suas origens, a distinguir o bom do mau odor. Apesar de só ter começado a realizar experiências com os aromas muito mais tarde, o perfume existe desde que existe o sentido do olfacto, confundindo-se a sua história com a própria história da Humanidade.
E é assim que vamos começar “A História do Perfume”.
Tanto a palavra portuguesa “perfume”, como a correspondente francesa parfum, a italiana profumo e a inglesa perfume derivam do latim “fumus”, palavra que nos transporta para um cenário fumegante, numa referência às nuvens de fumaça perfumada que subiam aos céus durante os ritos de homenagem aos deuses. É, pois, quase certo que o perfume nasceu em estreita ligação com a religião, sendo utilizado como purificante das almas e como oferenda aos deuses.
As primeiras referências ao perfume remontam às antigas civilizações do Próximo Oriente, especialmente ao Egipto. Os arqueólogos encontraram vasos de perfume de alabastro que remontam ao terceiro milénio antes de Cristo, e são numerosos os frescos com cenas da vida quotidiana que mostram rituais do perfume.
O culto do perfume no antigo Egipto era tão