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Paloma Oliveto
Cientistas da Universidade de Stanford, nos EUA, atribuem atraso na recuperação da biodiversidade na Terra depois da extinção em massa do período Permiano à proliferação exacerbada de algas e bactérias nos oceanos
Área de Nanpanjiang, na China, onde camadas de calcário forneceram evidências sobre a extinção em massa do período Permiano: há 250 milhões de anos, estavam no fundo do mar
Duzentos e cinquenta milhões de anos atrás, a vida praticamente sumiu da Terra. Atividades vulcânicas onde hoje é a região da Sibéria provocaram a morte de mais de 90% de todas as espécies existentes, de plantas a grandes animais marinhos. Um impacto como esse naturalmente já dificultaria a recuperação da biodiversidade, mas, por motivos há até pouco tempo desconhecidos, passaram-se mais de 5 milhões de anos até que novas espécies florescessem no planeta.
Agora, uma pesquisa sugere que as culpadas pelo atraso na evolução dos animais — que um dia levaria ao surgimento do próprio homem — foram as bactérias e as algas. Esses pequenos organismos teriam, de acordo com um estudo da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, consumido todo o oxigênio presente os oceanos, impedindo a proliferação de novas formas de vida.
É praticamente consenso no meio científico que a extinção do período Permiano tenha sido provocada por erupções vulcânicas, que lançaram na atmosfera quantidades exorbitantes de lava e gases tóxicos. Entre as substâncias maléficas, havia dióxido de carbono, o que ajudou a aumentar a temperatura do planeta. “Mais calor significa um maior ciclo hidrológico, então você tem mais chuvas, e essa chuva é ácida, por causa do CO² dissolvido”, disse ao Correio Katja Meyer, biogeoquímica e principal autora do estudo.
Um dos efeitos da chuva ácida é a dissolvição dos nutrientes do solo. Evaporados, eles acabaram nos oceanos, favorecendo a proliferação de bactérias e algas. No fundo do mar, elas encontraram