historia dos graficos
(Machado, 1991, p.9)
Em meio a esta perspectiva da Matemática surgiu, em 1637, o sistema de coordenadas de René Descartes. Para muitos autores o sistema cartesiano desempenhou um papel fundante no desenvolvimento de elaborações gráficas, uma vez que se prestou para demonstrar uma infinidade de fenômenos empíricos estudados cientificamente. Biderman (1989) cita por exemplo Lambert, que nos decênios de 1760 e 1770 se utilizou de gráficos para apresentar os resultados de experimentos que podem ser expressos através de funções, tais como o ciclo anual de temperatura nos vários níveis de profundidade da Terra.
Em 1786, William Playfair representa pela primeira vez gráficos de barra, e ao contrário dos gráficos geométricos cartesianos precedentes, aqueles gráficos tinham a peculiaridade de representar espacialmente quantidades não espaciais. Ou seja, os gráficos de barras de Playfair expressavam, por exemplo, as rendas e despesas da Escócia nas quais o espaço não figura como uma variável. Desta maneira, Playfair passou a sistematizar graficamente informações sobre fenômenos que não se assentavam nas funções da matemática abstrata em voga, para as quais os gráficos eram pensados como aplicáveis apenas onde a geometria era apropriadamente aplicável.
Nesse sentido, os usos dos gráficos cartesianos e dos gráficos de Playfair teriam especificidades nas suas relações com o domínio da Matemática. Conforme afirma Biderman: “É importante fazer a distinção entre o uso do gráfico para demonstrar a aplicação da matemática às informações e o uso da matemática para facilitar o gráfico, isto é, a apresentação visual das informações” (op. cit. p.21). Por um lado, o gráfico é visto um